domingo, 22 de agosto de 2010

Biochip faz exame de AIDS em segundos

Cientistas da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, desenvolveram um biochip capaz diagnosticar a presença do HIV em uma amostra de sangue.

O pequeno chip microfluídico testa seis parâmetros simultaneamente e dá o resultado, muito mais confiável, de seis a doze vezes mais rápido do que as técnicas tradicionais. E tudo com base numa pequena gota de sangue do paciente.

O biochip, construído pela equipe do engenheiro biomédico Alexander Revzin, usa anticorpos para "capturar" glóbulos brancos chamados linfócitos T, que são afetados pelo HIV.

Análise multiparamétrica do sangue

Além de contar fisicamente o número dos linfócitos T, o teste detecta os tipos e os níveis das proteínas inflamatórias (citocinas) liberadas pelas células.

O biochip é constituído por um microarray de anticorpos operando em conjunto com um dispositivo de imagem holográfica, que não usa lentes, levando apenas alguns segundos para contar o número de células capturadas e a quantidade de moléculas de citocinas secretadas.

Ainda em fase de protótipo, o biochip tem potencial para ser amplamente utilizado na análise multiparamétrica de amostras de sangue, o que poderá ser realizado no próprio ponto de atendimento, como postos de saúde, prontos-socorros e mesmo em locais remotos, dotados de poucos recursos médicos e sem acesso a laboratórios de análises clínicas.

"Além de testes para diagnóstico e acompanhamento do HIV, este aparelho será útil para as transfusões de sangue, onde a qualidade do sangue utilizado é sempre uma questão importante," diz Revzin.

Células T e Citocinas

A forma mais precisa e eficaz para diagnosticar e monitorar a infecção pelo HIV usa a contagem de dois tipos de células T e o cálculo da relação entre os dois tipos, além da medição das citocinas.

Isto é feito usando um método chamado citometria de fluxo, que exige um equipamento caro e operado por técnicos altamente treinados, inviabilizando seu uso em áreas remotas e sem muitos recursos.

O biochip dá conta dos dois principais desafios da análise de uma amostra de sangue em busca da detecção do HIV: 1) capturar o tipo de célula desejada do sangue, que contém vários tipos de células, e 2) conectar o tipo desejado da célula sanguínea com as citocinas secretadas.

O teste é feito por uma película de polímero na qual é impressa uma matriz de minúsculos "pontos". Cada ponto contém anticorpos específicos para os dois tipos de células T (CD4 e CD8) e três tipos de citocinas. Quando o sangue flui através dos pontos de anticorpos, as células T ficam presas nos pontos respectivos.

Cada tipo de célula T é capturado próximo aos pontos dos anticorpos específicos para as citocinas que podem produzir. Quando os anticorpos ativam as células, os pontos adjacentes às células capturam as citocinas secretadas por elas. Isto conecta um subconjunto específico de células T com suas citocinas.

Imagem Holográfica

O sistema de imageamento holográfico permite que os cientistas identifiquem e contem rapidamente as células T sem o uso de quaisquer lentes ou sistemas de varredura mecânica, simplificando o projeto e permitindo sua miniaturização na forma de um chip.

A análise dos números de células T CD4 e CD8, a relação CD4/CD8 e três citocinas secretadas levam apenas alguns segundos, permitindo a realização de um teste de HIV com uma velocidade sem precedentes.

No futuro, o Prof. Revzin pretende acrescentar ao biochip microarrays capazes de detectar proteínas do HIV e vírus da hepatite C.

Fonte: Diário da Saúde (http://www.diariodasaude.com.br/)

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Minhas Considerações: Condomínio

Essa é mais uma daquelas histórias surreais que parecem que só acontecem comigo. Alguém merece reunião de condomínio? Acho que só eu pareço pouco confortável nesse circo sem lona.

Risos, gracejos, galhofas. Os presentes parecem não estar preocupados com os problemas do condomínio. Só pensam em destruir uns aos outros e não se dão conta que, quando o vizinho é prejudicado por outro, o prejuízo é da coletividade. Vamos ver no que dá essa comédia triste.

Em linhas gerais, a razão para essa reunião em questão é o fato de o condomínio estar sendo depenado por uma empresa administradora, devido à má administração interna (síndico). Essa história de síndico espertalhão é, provavelmente, mais antiga que andar para frente.

Acredito que, se tem gente que se aproveita, é porque a maioria se omite, deixando tudo nas mãos de outros. Sempre com desculpas esfarrapadas como “eu não tenho tempo”, “reunião de condomínio não resolve nada, porque as pessoas só pensam em brigar” e outras lorotas. Não vou negar que reuniões dessa natureza são muito desgastantes. Mas, não participar é muito pior.

Parece difícil fazer as pessoas entenderem que vida em condomínio é necessariamente vida coletiva. Temos as “panelinhas” que geralmente não são, como eu poderia dizer, para o bem coletivo. Na maior parte das vezes, para não dizer em 100% das vezes, as “panelinhas” têm objetivos claros: maquiar contas, aprovar coisas que apenas beneficiarão os seus componentes, denegrir a imagem de alguém, entre outras coisas menos nobres.

O pior mesmo é quando as pessoas que não são parte das “panelinhas” resolvem apóia-las somente porque conhecem ou são afeiçoadas aos seus integrantes. Aí é que a situação fica mais difícil. Por que como convencer alguém de que o seu objeto de afeto não é uma pessoa muito confiável ou honesta? Tarefa difícil, até mesmo impossível. Mas o que eu acho mesmo é que essas pessoas têm o rabo preso e por isso não querem se comprometer ficando contrárias aos “donos do pedaço”.

A meu ver, as reuniões de condomínio são o espaço perfeito para estagiários de Psicologia e Sociologia aprenderem sobre relações sociais e patologias grupais. São verdadeiras aulas de (baixa) política. Nelas a gente aprende tudo o que não se deve fazer em matéria de trato social. Frequentemente fica a impressão de que os presentes parecem querer a derrota de seu vizinho. O vizinho nunca é visto como alguém que mora no mesmo lugar, que merece respeito e que também paga as contas do condomínio. Um exemplo disso é quando um morador defende um investimento no condomínio. Se o morador em tela for afeto da “panelinha”, a sua ideia será ouvida, considerada e até aplaudida. Agora, se o morador for um desafeto do grupo dominante, esse coitado estará fadado a falar para as paredes, ainda que a sua proposta traga beneficio para a coletividade.

Campo de batalha, a reunião de condomínio nem sempre tem como objetivo o bem-estar coletivo. As pessoas comparecem somente para brigar mesmo. Nada acrescentam de positivo. Escolhem um lado e seguem cegas de ódio contra o inimigo. Acontece que o suposto inimigo é outro morador.

Não gosto dessas reuniões, mas entendo que elas não devem ser campos de batalha. O embate deve ser ideias e não de rancores e animosidades. No frigir dos ovos, o que importa se os vizinhos gostam ou não gostam de mim? O que deveria importar é se as ideias trazidas para o debate são, ou não, válidas ou benéficas para a coletividade.