sábado, 27 de novembro de 2010

O Teatro da "Guerra Ao Tráfico"

Quem está assistindo o show de terror dos tiroteios no Rio de Janeiro e que assistiu no cinema (ou pirateou) os filmes “Tropa de Elite”, deve estar achando que a realidade imita ficção.

Quanto aos filmes, não assisti a nenhum dos dois. Na verdade, não é preciso vê-los – filmes que, particularmente, acho que são pura jogada de marketing –, basta assistir os jornais (de todas as emissoras) e ler os jornais impressos e da internet. E olha que, a meu ver, até a imprensa está no jogo.

A coisa toda está dada desde a primeira eleição do (des)governo Garotinho (ambos os dois macho e fêmea da terrível espécie). Álvaro Lins e Josias Quintal eram os grandes da (in)segurança pública. Só para refrescar a memória, Álvaro Lins recentemente teve seu mandato de deputado estadual cassado(?). Serginho Cabral fazia parte do (des)governos Garotinho. Seus maiores aliados eram milicianos: Natalino e Jerominho, ambos dominavam(?) a Zona Oeste da Cidade, inclua o Álvaro Lins. Um outro nome importante é do falecido Nadinho de Vila das Pedras. Vila das Pedras é uma das primeiras "comunidades" a aderir ao modelo milícia de controle interno. Chegou a ser notícia como sendo a favela que não tinha traficante nem viciado.

Como sempre onde o Estado não se faz presente, alguém tem que ocupar a vaga aberta. Se o Estado não ocupa o território com Educação, Saúde, Infra-estrutura, condições dignas para a população, obviamente, aparecerá um “benfeitor” para ocupá-lo. Assim foi com os traficante e com os milicianos.

O contraditório Gabeira – que detonou o César Maia na eleição para prefeito, mas deu o maior apoio para que ele se elegesse ao Senado Federal e que não viu nada demais nisso – denunciou a amizade e o apoio político dos milicianos ao Serginho durante a campanha eleitoreira.

Essa conversa de UPP é só fachada para os milicianos ocuparem o espaço deixado por alguns traficantes que não quiseram se aliar ao novo comando, à nova ordem.

O pior é que a gente não vai ter nem para quem reclamar. Pense comigo: se eu reclamava do traficante, era porque ele era marginal da lei, oposição ao estado de direito. Agora, se eu reclamar do miliciano, vou reclamar para quem, se o miliciano é integrante do Estado, tem o aval das autoridades?

Essa é a perversão da coisa toda. A verdade é que não sabemos do terço nem um décimo. Ficaríamos estarrecidos com a sujeira que esses camaradas escondem.

Quem vocês acham que financia o tráfico de drogas, de armas e de pessoas? Quem mantém as leis frouxas para que os bandidos sempre se saiam bem? De quem é o interesse que a Educação e a Saúde sejam sucateadas?

Podem achar que sou paranóica, mas não é teoria da conspiração, é apenas a degeneração da Sociedade com a conivência da própria Sociedade que reclama que não está legal.

Será que o bacana vai deixar de fumar o seu baseado por causa da "guerra do tráfico"? Será que os sonegadores de impostos vão deixar de pagar propina ao policial, ao fiscal ou outro representante do Estado, ou vão cumprir com suas obrigações? Vamos deixar de fazer coisas erradas porque são erradas ou porque vão nos multar ou punir de alguma forma?

Acho que é por aí... Sei lá, acho que as coisas mudaram rápido demais para mim. Tenho menos de 40 anos e não entendo como o mundo ficou de pernas para o ar em tão pouco tempo.

Ah, estou de saco cheio dessa mercadoria toda, já deu para mim. Queria viver em país civilizado, com gente civilizada e educada, colorida, gay, hetero, bi, transex, baixa, alta, careca, cabeluda, gorda, magra, enfim diversificada... Mas sem esses babacas que estão mandando no planeta atualmente.

A coisa toda está na cara, mas a população apavorada e fascinada com o “show de imagens” da mídia não consegue visualizar a crueza dos fatos.


Para mim, não há novidade no que a entrevistada aponta. Apenas discordo em um ponto: o fato de a população ter a quem reclamar quando a polícia a desrespeitar. Isso eu acho muito difícil pelos próprios argumentos apresentados: temos uma polícia desacreditada, corroída pelo descaso de muitos governos e marcada pelos escândalos de corrupção.

Fico pensando no que virá após tudo isso que está acontecendo.

Que Deus nos proteja!

sábado, 20 de novembro de 2010

A Evolução da Educação

Essa veio por correio eletrônico. Gostaria de compartilhá-la.

Antigamente se ensinava e cobrava tabuada, caligrafia, redação, datilografia...
Havia aulas de Educação Física, Moral e Cívica, Práticas Agrícolas, Práticas Industriais e cantava-se o Hino Nacional, hasteando a Bandeira Nacional antes de iniciar as aulas...

Leiam o relato de uma Professora de Matemática:

Semana passada, comprei um produto que custou R$ 15,80. Dei à balconista R$ 20,00 e peguei na minha bolsa 80 centavos, para evitar receber ainda mais moedas. A balconista pegou o dinheiro e ficou olhando para a máquina registradora, aparentemente sem saber o que fazer.

Tentei explicar que ela tinha que me dar 5,00 reais de troco, mas ela não se convenceu e chamou o gerente para ajudá-la. Ficou com lágrimas nos olhos enquanto o gerente tentava explicar e ela aparentemente continuava sem entender.

Por que estou contando isso? Porque me dei conta da evolução do ensino de matemática desde 1950, que foi assim:

1. Ensino de matemática em 1950:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00.
O custo de produção é igual a 4/5 do preço de venda.
Qual é o lucro?

2. Ensino de matemática em 1970:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00.
O custo de produção é igual a 4/5 do preço de venda ou R$ 80,00.
Qual é o lucro?

3. Ensino de matemática em 1980:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00.
O custo de produção é R$ 80,00.
Qual é o lucro?

4. Ensino de matemática em 1990:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00.
O custo de produção é R$ 80,00.
Escolha a resposta certa, que indica o lucro:
( )R$ 20,00 ( )R$ 40,00 ( )R$ 60,00 ( )R$ 80,00 ( )R$ 100,00

5. Ensino de matemática em 2000:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00.
O custo de produção é R$ 80,00.
O lucro é de R$ 20,00.
Está certo? ( )SIM ( ) NÃO

6. Ensino de matemática em 2009:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00.
O custo de produção é R$ 80,00.
Se você souber ler, coloque um X no R$ 20,00.
( )R$ 20,00 ( )R$ 40,00 ( )R$ 60,00 ( )R$ 80,00 ( )R$ 100,00

7. Em 2010 vai ser assim:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00.
O custo de produção é R$ 80,00.
Se você souber ler, coloque um X no R$ 20,00.
(Se você é afro descendente, especial, indígena ou de qualquer outra minoria social não precisa responder).
( )R$ 20,00 ( )R$ 40,00 ( )R$ 60,00 ( )R$ 80,00 ( )R$ 100,00

E se um moleque resolver pichar a sala de aula e a professora fizer com que ele pinte a sala novamente, os pais ficam enfurecidos, pois a professora provocou traumas na criança.

- Essa pergunta foi vencedora em um congresso sobre vida sustentável:
“Todo mundo está 'pensando' em deixar um planeta melhor para nossos filhos. Quando é que se 'pensará' em deixar filhos melhores para o nosso planeta”?

Precisamos começar JÁ!

domingo, 14 de novembro de 2010

Utilidade Pública


Hemácias
Normal / Falciforme

Doença falciforme afeta cerca de 50 mil brasileiros
8/11/2010 10:14:00

O primeiro caso de uma das doenças genéticas mais comuns em todo o mundo foi descoberto há 100 anos. Hoje, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 300 mil bebês nascem com a doença falciforme a cada ano.

Enfermidade herdada da África é causada pela mutação de genes que produzem as hemoglobinas, responsável por transportar oxigênio para órgãos e tecidos do corpo. Essa malformação enrijece as hemoglobinas, prejudicando a circulação sanguínea e provocando muitas dores.

Desde o primeiro diagnóstico da enfermidade, os tratamentos evoluíram muito e já é possível conviver bem com a doença falciforme. A enfermidade hereditária mais comum no Brasil é tratada como um problema de saúde pública. Dados do Ministério da Saúde mostram que 3,5 mil crianças brasileiras nascem com a doença a cada ano. Outras 200 mil nascem com o traço falciforme, gene que pode transmitir a doença para as próximas gerações.

O diagnóstico precoce e a vacinação eficiente são a chave para o sucesso no tratamento, garantem os especialistas. Mas, para eles, ainda é preciso falar mais sobre a doença. Clarisse Lobo, da Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (ABHH), afirma que as políticas públicas adotadas hoje no País são eficazes, especialmente na triagem. O famoso "Teste do Pezinho", exame feito na primeira semana de vida do recém-nascido, é a garantia de reconhecimento precoce da doença falciforme e está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) a todas as crianças.

"O País tem trabalhado para garantir políticas eficientes para o tratamento da doença. A triagem é importante porque apresenta o tamanho do problema. Mas acho que ainda podemos desenvolver ações que descentralizem o atendimento para que as pessoas não precisem se deslocar aos grandes centros para serem tratadas com qualidade. É preciso treinar os profissionais de saúde para que conheçam mais a enfermidade", diz a hematologista, que também é diretora do Hemorio.

Os exames feitos com os recém-nascidos brasileiros ao longo dos anos mostraram que a Bahia é o Estado brasileiro com a maior incidência da doença, até por causa da concentração de afrodescendentes. Em cada 650 nascimentos, um bebê nasce doente e um em cada 17 possui o traço falciforme. A detecção do traço é importante para que os casais recebam aconselhamento genético e conheçam os riscos de ter um bebê com a doença.

A partir do dia 05 de novembro, em Brasília, hematologistas brasileiros e estrangeiros vão discutir as evoluções das doenças do sangue e seus tratamentos no Congresso Brasileiro de Hematologia e Hemoterapia (Hemo 2010). As anemias hereditárias, como a falciforme, também serão tema de debates no evento, que termina no dia 08 de novembro. No caso da doença falciforme, o Ministério da Saúde vai apresentar as políticas adotadas para garantir qualidade de vida aos doentes. A estimativa da associação é que 50 mil brasileiros convivam com a doença hoje.

O SUS oferece o diagnóstico (mesmo adultos podem fazer exames para identificar traço ou a doença) e a medicação necessária para tratar os pacientes. Durante toda a vida, os portadores da doença devem ser acompanhados por equipes multidisciplinares de hematologistas, ortopedistas, nutricionistas e psicólogos, por exemplo.

Para evitar possíveis complicações (dores musculares nas articulações, ossos, tórax, abdômen e costas; icterícia; infecções como pneumonia e anemia crônica), os doentes precisam cuidar da alimentação, ingerir bastante líquido e tomar medicamentos. Além de ácido fólico até os cinco anos de idade, as crianças precisam tomar penicilina. Em casos mais graves da doença, a ingestão de hidroxiuréia também é necessária.

De acordo com Clarisse Lobo, 30% dos pacientes identificados pelo SUS no Brasil possuem a forma mais grave da doença, que exige mais cuidados e aumenta a taxa de mortalidade. A hematologista ressalta que a vacinação contra pneumococos hoje oferecida antes dos seis meses de vida às crianças é fundamental para garantir mais qualidade de vida aos pacientes. "A cobertura vacinal antes dos três anos é um dos nossos desafios porque garante vantagens significativas no tratamento", afirma.

A única possibilidade de cura da doença falciforme é o transplante de medula óssea. Sérgio Barroca Mesiano, hematologista do Hospital Universitário de Brasília, afirma, no entanto, que este tipo de intervenção ainda é polêmico. Primeiro, porque as taxas de mortalidade durante o procedimento são altas. Segundo ele, cerca de 10% dos pacientes que se submetem à cirurgia morrem durante o processo. Por isso, o transplante só é recomendado em poucos - e severos - casos da doença.

Para a ABHH, há casos graves em que o transplante é a única possibilidade de sobrevida de pacientes. Mas essa ainda não é uma realidade defendida pelo SUS. "Os gestores entendem que ainda não temos estudos suficientes que comprovem a eficácia do procedimento", diz Sérgio.

Outro complicador é encontrar medulas compatíveis. Apenas um quatro dos pacientes que precisam de um transplante de medula - por qualquer motivo - consegue uma compatível.

"É preciso entender que os medicamentos salvam vidas e garantem vida normal, exceto em casos extremamente graves. Aí os transplantes são recomendados. Mas essa não é uma abordagem isenta de gravidade. Não podemos tratar todos com transplante porque estaríamos os expondo a um risco desproporcional ao benefício", avalia Clarisse.

Fonte: iG / Prontuário de Notícias

Pior que tá, fica!

E a piada que virou o Enem, hein? Em outro post, já havia tocado nesse assunto. Em 2009, houve a escandalosa fraude e vazamento das provas e do gabarito. Estava lá para quem quisesse ver. As câmeras de segurança da gráfica mostraram a ação do fraudador retirando a prova do local onde estava sendo impressa.

O tempo passou, muita conversa foi jogada fora, mas nada mudou. Não, mudou sim, para pior! Quando se achava que a trágica experiência de 2009 serviria, pelo menos, de ponto de reestruturação para o Enem, somos mais uma vez assaltados pela notícia de vazamento do tema da redação, provas mal elaboradas contendo erros crassos de história, com questões repetidas e/ou faltando, cabeçalhos de folhas de respostas trocados e até gente “twittando” durante a aplicação das provas. Como diriam os gaúchos: Barbaridade, tchê!

A coisa já começou patética com a proibição do uso de lápis ou lapiseira e borracha, sendo apenas permitido o uso de caneta preta (será que tem a ver com as cotas raciais que o governo tanto defende?). Entendo isso como racismo. Por que a caneta azul foi discriminada? Como alguém consegue fazer uma prova sem rascunhar antes?

Achando pouca toda a trapalhada realizada pelo INEP e MEC, vem o “mestre dos magos”, o gênio autodidata em abrobrinologia, Sr. Luis Inácio (¿Por qué no te callas?) Lulla da Silva, dizer que o exame foi um sucesso. Só faltou de dizer que o sucesso só foi de público e não de crítica. Ora, faça-me o favor, Sr. Presidente! O cara só pode estar brincando quando fala uma sandice dessas.

Mais grave é o Ministro da Educação(?), Fernando Haddad, metido a galã do cinema mudo, argumentar que, em relação ao número de estudantes que fizeram a prova, foram poucos os prejudicados, que os erros não foram tão grandes e os gastos com a realização de novo exame seriam altíssimos. Será que uma prova com conteúdo errado, contendo repetições ou ausência de questões, não é um fato grave? Por que não fizeram revisão do material enviado à gráfica? Será que o ministro conseguiria fazer uma prova com tantos erros e preencher as folhas de reposta de trás para frente? Pois, só faltou pedirem aos estudantes que plantassem bananeiras durante o preenchimento das folhas de resposta.

Ainda tiveram o descaramento de dizer que processariam os estudantes que estavam reclamando pela Internet. Fanfarrões, é o mínimo que se pode dizer desses que deveriam zelar pela Educação brasileira.

Agora é esperar para ver no que dá toda essa palhaçada. Ih, palhaçada é com o Tiririca. Isso me fez pensar que ninguém melhor do que um palhaço para lidar com palhaçada. Acho que muita gente concordará comigo que o melhor nome para suceder o atual Ministro da Educação é TIRIRICA.

Alô, Dillma! Tiririca neles!

Quem sabe com um especialista a coisa não anda, não é? “Porque pior que tá, fica”.

domingo, 7 de novembro de 2010

Utilidade Pública

Índice de suicídios no Brasil é problema de saúde pública
3/11/2010 09:59:00

No Brasil, 25 pessoas se matam por dia, fazendo do país o 11º colocado no ranking mundial de suicídios, segundo dados da Organização Mundial da Saúde.

As informações foram divulgadas pelo psiquiatra Neury José Botega, professor da Unicamp, durante a 28ª edição do Congresso Brasileiro de Psiquiatria, que escolheu a prevenção do suicídio como um dos temas principais.

"A questão do suicídio é realmente um problema de saúde pública porque temos um alto índice de pessoas que estão passando por muito sofrimento e que poderiam ter sido ajudadas caso não tivessem se matado", afirmou.

Segundo ele, os dados de suicídio podem ser ainda maiores do que os divulgados oficialmente, já que não é raro que muitos casos acabem recebendo outra caracterização na certidão de óbito: "O medo de não receber o dinheiro do seguro pode fazer com que muitas famílias pressionem os médicos a atestar falência múltipla dos órgãos em vez de suicídio".

Botega afirma que o aumento dos casos de depressão e de consumo de álcool e drogas são sinais preocupantes e que podem justificar o aumento dos índices de suicídio, principalmente entre adultos jovens: "São pessoas entre os 25 e os 40 anos que estão numa fase produtiva da vida. A competitividade e a solidão nas grandes cidades são alguns dos pacotes de alta tensão social que favorecem a uma sensação de desamparo e aumentam as formas alternativas de sentir prazer, como recorrer às drogas e ao álcool".

Segundo ele, os sinais de que alguém está cogitando tirar a própria vida não podem ser ignorados: "Aqui não vale a máxima do 'cão que ladra não morde'. Muitas vezes a pessoa dá sinais, fala até mesmo vagamente em se matar, mas acaba não sendo levada a sério".

O psiquiatra apresentou no congresso dados de uma pesquisa internacional realizada pela OMS de que ele participou, comparando estratégias de prevenção ao suicídio.

Ao todo, foram analisadas 1.867 pessoas que tentaram o suicídio em cinco cidades do mundo. Após terem alta do hospital, metade delas recebeu o tratamento usual --mero encaminhamento a um serviço de saúde-- e a outra metade teve um acompanhamento intensivo, com entrevistas motivacionais e contatos telefônicos periódicos por 18 meses.

Ao final do experimento, apenas 0,2% das pessoas que receberam acompanhamento intensivo chegaram a praticar o suicídio, taxa dez vezes menor do que no grupo que recebeu o tratamento usual.

"O contato telefônico periódico criava uma rede de apoio e ajudava a pessoa que já tinha tentado se matar a ressignificar o que havia acontecido na vida dela", diz.

Fonte: Folha.com / Prontuário de Notícias

Utilidade Pública

Psoríase não pega: tire 13 dúvidas sobre a doença
3/11/2010 09:51:00

Acha que a psoríase é contagiosa? Sabe o que a causa, quais são seus sintomas e se existe cura? Tire suas dúvidas sobre a doença com as explicações da dermatologista Daniela Presente Taniguchi de Barros, professora da Faculdade de Medicina do ABC, de São Paulo.

O que é psoríase?
Daniela Presente Taniguchi de Barros - É uma doença inflamatória crônica não-contagiosa (ou seja, não passa de pessoa para pessoa), que afeta a pele e as articulações. Caracteriza-se por lesões de pele descamativas sobre uma pele avermelhada, atingindo principalmente couro cabeludo, joelhos e cotovelos.

O que causa a doença?
O mecanismo que desencadeia as lesões de psoríase é controlado pela imunidade, e a genética influencia na predisposição.

Quais são os sintomas?
Além das lesões, algumas pessoas têm discreta coceira. Quando a psoríase também atinge as articulações, principalmente das mãos e dos pés, pode causar dor e deformidade dos dedos.

Quais são os tipos da doença e como cada um se manifesta?
Os tipos são psoríase vulgar, quadro clássico e mais comum, com lesões que atingem principalmente couro cabeludo, joelhos e cotovelos; psoríase palmoplantar, caracterizada pelo espessamento das palmas e plantas dos pés; psoríase eritrodérmica, com vermelhão e descamação cobrindo o corpo todo; psoríase pustulosa, em forma de pústulas (feridas com pus), atingindo frequentemente plantas e palmas; psoríase gutata, com placas em forma de gotas, principalmente no tronco; psoríase invertida, com lesões nas axilas e virilha; e psoríase artropática, que acomete as articulações, muitas vezes sem lesão de pele.

Atinge especialmente algum grupo de pessoas?
Atinge universalmente e igualmente homens e mulheres. Vale lembrar que o HIV é fator agravante e desencadeante, e a psoríase pode ocorrer no início da infecção.

Costuma aparecer a partir de que idade?
Pode aparecer em qualquer idade, mas tem dois picos: segunda e quinta décadas de vida.

O que desencadeia o seu aparecimento?
Entre os fatores de risco estão abalos emocionais, trauma físico, infecção (de garganta, por exemplo), alguns medicamentos, álcool, tabagismo e HIV.

Como é realizado o diagnóstico?
O diagnóstico é clínico. Às vezes, pode ser necessária biópsia para confirmação da suspeita.

Como é o tratamento?
O tratamento depende do tipo da psoríase, da gravidade do quadro e da resposta a cada tratamento. Pode ser local ou sistêmico (imunomoduladores), auxiliado com fototerapia (radiação ultravioleta).

Exposição ao sol ajuda no tratamento?
A radiação solar tem ação imunomoduladora na psoríase (ajuda a melhorar a inflamação). Porém, a exposição aguda ao sol pode ter efeito contrário: desencadear ou agravar a doença. Portanto, a exposição à radiação ultravioleta deve ser sempre monitorada por médicos.

Se não tratar, o que acontece?
A doença pode ficar estável, piorar ou até melhorar sozinha. Não dá para prever. Mas pode afetar a qualidade de vida do paciente.

Existe cura?
Não. O tratamento busca o controle da doença e melhora da qualidade de vida do paciente.

A enfermidade pede terapia psicológica? Por quê?
Sim, tanto pela melhora da autoestima, como pelo fato do fator emocional ser agravante e desencadeante da doença.

Fonte: Terra / Prontuário de Notícias

sábado, 6 de novembro de 2010

Mais Uma de Cinto de Segurança

Parece piada, mas não é. Essa semana, a Vida se superou em testar a minha paciência. Conforme já mencionei anteriormente, ando de táxi desde um “acidente” de trânsito que lesionou gravemente o meu joelho esquerdo (Joe). Dificuldade momentânea causada pela impudência de um infeliz, apressado e incompetente motorista de táxi. E é essa dificuldade que ainda me obriga a andar de táxi com freqüência.

Vínhamos, eu e minha mãe, pela rua procurando um táxi para voltar para casa. Saíamos da clínica onde fazemos hidroterapia. Como de costume e pelo fato de termos nossas dificuldades de mobilidade, aguardávamos que passasse um veículo alto e confortável. Fizemos sinal, o motorista parou e adentramos o veículo. Automaticamente ao entrar no veículo, viajando no banco da frente ou detrás, eu sempre busco o cinto de segurança. Puxei-o para ajustá-lo e, para minha (desagradável) surpresa, o cinto não deslizava facilmente. Ao olhar para o local em que o cinto fica preso na lateral do carro, observei que havia uma amarração, muito bem feita, diga-se de passagem, que me impedia de prendê-lo adequadamente.

Dirigi-me ao motorista, questionando se tinha virado moda prender o cinto daquela forma; eu já havia pegado outros táxis com esse, digamos, dispositivo no cinto de segurança. O motorista indignado começou a reclamar, dizendo que eu não precisava usar o cinto no banco detrás. “– Mas, a senhora não precisa usar cinto no banco detrás”. Retruquei: “– Como não? Talvez outra pessoa não precise, mas sou eu quem está viajando aqui. O cinto não é para ser usado”? Ele responde: “– Não. Só precisa usar cinto no banco da frente”. Insisti, continuando a puxar o cinto: “– Como? Só no banco da frente? Eu pego táxi quase todos os dias, há pelo menos 3 anos, e sempre uso o cinto”. O motorista visivelmente chateado respondeu que estava na praça há mais de 20 anos e que ninguém jamais havia reclamado disso. E como se eu estivesse matando a mãe dele, reage: “– Não faz isso não dona, a senhora vai desarrumar tudo aí e vou ter que arrumar tudo de novo. Se a senhora quer usar, então tudo bem, pode usar”.

Naqueles nanossegundos que se passaram entre a barbaridade ouvida, o processamento cerebral e a tomada de atitude, fiquei com muita raiva do condenado. Para o meu bem e o dele, aproveitei que o carro não havia andado muito e tinha ficado retido no sinal, e decidi descer do carro. Fiquei tão chateada com aquela criatura desorientada, mal informada, abespinhada e sem noção, que não anotei os dados sobre o veículo para denunciá-lo a quem de direito. Agora eu só entro no táxi perguntando se o cinto traseiro está funcionando, pois, caso contrário, não embarco.

Nesses anos de existência, eu ainda não tinha ouvido tanta asneira em tão poucos minutos. Como é possível passar pela cabeça de alguém que o cinto de segurança não pode ser usado? Em outra oportunidade, já havia partilhado uma conversa sobre o uso ou não de cinto de segurança atrelado ao recebimento de multas. Mas dessa vez a coisa se apresentou mais complexa. Não estávamos falando de não gostar de usar o cinto e ser obrigado pelas sanções legais. Estou falando da proibição que o motorista fez a minha vontade de usar o cinto para minha proteção. A que ponto nós chegamos!

Uma coisa é a pessoa, com suas convicções (por mais absurdas que sejam), acreditar que o cinto deve ser usado para não receber multas e não para estar menos vulnerável a sofrer danos causados por uma batida e/ou capotagem. Outra é alguém, deliberadamente, proibir que o passageiro use o cinto de segurança para que uma amarração feita, para comprometer o funcionamento do cinto, seja desmontada.

Na primeira situação, o ignorante apresenta alguma explicação para a sua estupidez. Ele explica que não gosta de usar o cinto, mas o faz pelo fato de correr o risco de ser multado, de sofrer as sanções previstas no Código de Trânsito Nacional. É individual, é só sua. Embora nada justifique abrir mão de uma proteção, que não é infalível, mas é comprovadamente válida em determinadas ocasiões, com essa explicação, o ignorante não te proíbe de fazer o que é seguro e correto. Ele não cerceia o seu direito de decidir se quer ou não usar o cinto.

Na situação que relatei, o ignorante foi muito além. Ele não só acha que é permitido andar sem o cinto no banco detrás e isso não dá multa – por que se ele achasse me obrigaria a usar mesmo que eu não quisesse, só para que ele não sofresse as sanções –, o camarada acha que não é necessário. Por achar que é permitido, que não dá multa e que não é necessário usar o cinto, a criatura me impede e proíbe de usar o equipamento de segurança porque acha que eu estou supostamente desarrumando o seu carro. Isso é ou não é fascinante?

O que importa é o seguinte:

1. Cinto de segurança é para ser usado sim, no banco da frente e no detrás, havendo ou não sanções legais.

2. Em 2010 foi regulamentada a obrigatoriedade do uso do cinto de segurança no banco detrás. Sendo assim, os incautos ignorantes que se sentem desconfortáveis com o uso do cinto, mas usam por causa da multa, deverão zelar pelo uso do equipamento no banco detrás também.

3. Gostando ou não de usar o cinto, nenhuma pessoa pode proibir ou impedir que outra faça uso do equipamento de segurança.

4. Se para você é ainda é estranho usar o cinto e mais estranho ainda é saber que alguém quer usá-lo, pare um pouco para pensar se você está sendo razoável, procure maiores informações sobre os benefícios do uso e verifique quantas vidas já foram salvas pelo uso adequado desse equipamento.

5. Não devemos fazer as coisas (como, por exemplo, seguir as leis e regras), porque, se não o fizermos, seremos punidos. Devemos Acredito mesmo no valor do pensamento e da reflexão, na avaliação do que está sendo exigido e no entendimento do que é correto a ser feito. Quando entendemos que a norma é válida – tem motivo de existir –, a aceitamos porque temos consciência de que evitaremos prejuízos para nós mesmos e a coletividade, porque estamos contribuindo para um mundo melhor, e mais, estamos em paz por estarmos fazendo o que é correto. O que deve nos mover é a Consciência e não o Medo.