domingo, 18 de março de 2012

HIV: "Vacina Terapêutica"

Vacina anti-HIV é feita com células do próprio voluntário
1/3/2012 09:44:00

Cientistas belgas testaram uma nova "vacina terapêutica" contra o HIV em voluntários humanos. A novidade é que os voluntários foram vacinados com suas próprias células.

Os cientistas filtraram determinados glóbulos brancos do sangue dos participantes, "carregaram-nos" com células dendríticas de pacientes soropositivos, e reaplicaram-nas de volta nos voluntários.

O resultado mostrou que o sistema imunológico dos voluntários aumentou a capacidade de atacar e eliminar o HIV. Mas a vacina ainda não é capaz de curar a doença.

Pacientes infectados com HIV passaram a ter uma vida praticamente normal depois do desenvolvimento do chamado coquetel de drogas antirretrovirais.

Contudo, esses medicamentos não eliminam o vírus do corpo - se o paciente parar com a medicação, o HIV volta a atacar o organismo.

Os cientistas acreditam saber porque isso acontece: o problema são as células CD8, as "forças especiais" do nosso sistema imunológico, que não conseguem recrutar "soldados" suficientes, as células dendríticas, para combater o ataque.

As células dendríticas apresentam em seu exterior partes típicas do vírus a ser atacado.

Contudo, as células dendríticas humanas não são boas em coletar informações do HIV.

O que os cientistas belgas fizeram foi inserir as células dendríticas de pacientes soropositivos nas células de pacientes saudáveis, incluindo as instruções para montagem das proteínas do HIV - informações genéticas na forma de RNA mensageiro.

Uma vez no corpo, as células carregadas executam as instruções, passando a apresentar uma parte típica do HIV em sua superfície, o que ativa as células de defesa.

Os voluntários receberam uma pequena quantidade de suas próprias células dendríticas retrabalhadas, em quatro doses, com intervalos de quatro semanas.

Após cada vacinação, suas células CD8 passaram a reconhecer o HIV cada vez melhor - os testes foram feitos coletando amostras do sangue dos voluntários e submetendo-a ao HIV em tubos de ensaio.

A vacinação não mostrou qualquer efeito colateral para os voluntários.

Mas o HIV se mostra um inimigo difícil: ele continua sendo capaz de mudar suas proteínas rápido o suficiente para que alguns deles escapem das células retrabalhadas introduzidas pela vacina.

Fonte: Diário da Saúde / Prontuário de Saúde.

domingo, 11 de março de 2012

Era só o que faltava!

Timidez pode ser classificada como doença
16/2/2012 09:54:00

Agora, comportamentos tímidos, de luto ou excêntricos podem ser classificados como doenças mentais, deixando milhões de pessoas com o risco de serem diagnosticadas com distúrbios psicológicos. A quinta edição do Manual de Diagnósticos e Estatísticas (MDE) de Doenças Mentais pode também incluir o vício pela internet e jogo como problema médico.

Apesar do guia ser destinado aos Estados Unidos, especialistas temem que isso afete outros países. "Nós precisamos ter muito cuidado antes de exportar definições de doenças e distúrbios", comenta Simon Wessely, psiquiatra de Londres.

"Em 1840, o censo dos Estados Unidos incluía apenas uma categoria de doença mental. Em 1917, a Associação de Psiquiatria Americana reconheceu 59, subindo para 128 em 1959, 227 em 1980, e 347 na última revisão. Nós precisamos mesmo de todas essas definições?", indaga.

Provavelmente não. E há um grande perigo da timidez virar uma fobia social. Peter Kinderman, da Universidade de Liverpool, afirma não ser "humano" descrever pessoas tímidas ou em estado de luto como mentalmente doentes.

Algumas associações e psicólogos britânicos já se pronunciaram contra as mudanças. Uma petição para tentar parar a publicação do manual atingiu 11 mil assinaturas de psicólogos.

Há o medo de que as novas classificações sejam influenciadas por companhias de medicamentos que esperam ganhar muito dinheiro com um maior número de doenças, já que o sistema privado de saúde americano exige um diagnóstico reconhecido pelo manual.

"O MDE5 vai expandir radicalmente as fronteiras da psiquiatria. Milhões vão receber diagnósticos e tratamentos inapropriados", afirma Allen Frances, da Universidade Duke, na Califórnia do Norte.

Fonte: Telegraph / Prontuário de Notícias.