domingo, 16 de maio de 2010

A Entropia nos move

Como ser sensato sem o gosto pelo pensamento? Parece que hoje se tornou crime pensar. E falo em pensar pelo prazer de pensar, de matutar até chegar a alguma conclusão. Mesmo que essa conclusão não seja a daquela “celebridade” (eu chamo de "famoso de microondas") que passou a ser formadora de opinião porque saiu do “reality show caça-níqueis”. Mas que seja algo produzido pelo saudável exercício de pensar.

As pessoas parecem nunca ter tempo pra pensar, mas o gastam com coisas inúteis, tais como os tais "realities shows" televisivos. Se a maioria “mediana”, pelo menos, ao ler uma matéria de jornal, se desse ao trabalho de pensar se aquilo o que está escrito se aproxima dos fatos, a quem favorece ou prejudica; se, ao ouvir uma música, procurasse saber o que o autor quis (ou não quis) dizer, isso já seria um avanço.

Trocar uma ideia com alguém. Trocar, a palavra fala por si. A(s) outra(s) pessoa(s) não precisa(m) concordar comigo. A ideia é ampliar horizontes. Pensar é avançar, expandir, criar, revolucionar, transformar...

Não dá para acreditar que acumular informações é conhecer. Acumular informações treina a memória. Pensar é usar as informações, transformá-las em algo diferente, tem a ver com outra área do cérebro, o neocórtex ou córtex pré-frontal. A memória é importante no processo, porque oferece os elementos, mas não é a responsável pelas infinitas conexões entre as informações. Não tenho interesse me aprofundar nas questões anatômicas do cérebro, mas tem gente que acha que, se alguém tem muita capacidade de armazenar informações, é inteligente.

Tem gente também que acha que para exercermos o pensamento precisamos ter graduação, pós-doutorado, ou algo que o valha. É lógico que saber ler e escrever (coisa que até mesmo alguns pós-doutorados também não sabem. Mas isso é uma outra conversa) é fundamental para a ampliação das possibilidades para o pensamento. No entanto, não saber ler ou escrever a norma culta não é impeditivo para pensar.

Imaginem os nossos antepassados que viviam na inóspita Terra dos primórdios. Eles ainda não tinham criado as letras ou o ensino formal. Nem por isso deixaram de seguir adiante. Inventaram armas para caçar, usaram peles de animais para se aquecer, buscavam comida, inicialmente apenas extraindo da terra e depois evoluindo para a agricultura, que nos trouxe até aqui. Será que, se não fosse a incrível capacidade de pensar, o ser humano teria chegado à conclusão de que a roda seria algo tão útil?

Dizem que inventamos as coisas, mas isso não pode ser considerado verdadeiro. Não tiramos do nada as coisas, apenas transformamos, concatenamos, rearranjamos as coisas. Lembram-se do Lavoisier? Pois bem, peguemos a roda como exemplo. A Natureza sempre esteve repleta de exemplos de coisas redondas: o sol, a lua, alguns tipos de frutas, pedras polidas pela erosão da água e do vento, nossos olhos, etc.. As informações sempre estiveram ao nosso alcance. O ser humano daquele tempo precisava concatenar as informações que a Natureza já disponibilizava em bem-estar e conforto para si e o seu grupo. Foi com o desenvolvimento do pensar que o ser humano avançou e segue avançando. É certo que, às vezes, retrocedemos, mas a culpa não é do ato de pensar, mas sim pela nossa ignorância quanto à qualidade do que pensamos. Mas isso também é outra história.

Com esse breve exercício, apenas gostaria de trocar uma ideia e “ouvir” o que os outros têm a pensar e dizer sobre as coisas do mundo que, por vezes, nos afligem e entristecem, que por outras, nos alegram e nos movem para adiante.

Um abraço fraterno,

Patnblue.

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