quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Minhas Considerações: Condomínio

Essa é mais uma daquelas histórias surreais que parecem que só acontecem comigo. Alguém merece reunião de condomínio? Acho que só eu pareço pouco confortável nesse circo sem lona.

Risos, gracejos, galhofas. Os presentes parecem não estar preocupados com os problemas do condomínio. Só pensam em destruir uns aos outros e não se dão conta que, quando o vizinho é prejudicado por outro, o prejuízo é da coletividade. Vamos ver no que dá essa comédia triste.

Em linhas gerais, a razão para essa reunião em questão é o fato de o condomínio estar sendo depenado por uma empresa administradora, devido à má administração interna (síndico). Essa história de síndico espertalhão é, provavelmente, mais antiga que andar para frente.

Acredito que, se tem gente que se aproveita, é porque a maioria se omite, deixando tudo nas mãos de outros. Sempre com desculpas esfarrapadas como “eu não tenho tempo”, “reunião de condomínio não resolve nada, porque as pessoas só pensam em brigar” e outras lorotas. Não vou negar que reuniões dessa natureza são muito desgastantes. Mas, não participar é muito pior.

Parece difícil fazer as pessoas entenderem que vida em condomínio é necessariamente vida coletiva. Temos as “panelinhas” que geralmente não são, como eu poderia dizer, para o bem coletivo. Na maior parte das vezes, para não dizer em 100% das vezes, as “panelinhas” têm objetivos claros: maquiar contas, aprovar coisas que apenas beneficiarão os seus componentes, denegrir a imagem de alguém, entre outras coisas menos nobres.

O pior mesmo é quando as pessoas que não são parte das “panelinhas” resolvem apóia-las somente porque conhecem ou são afeiçoadas aos seus integrantes. Aí é que a situação fica mais difícil. Por que como convencer alguém de que o seu objeto de afeto não é uma pessoa muito confiável ou honesta? Tarefa difícil, até mesmo impossível. Mas o que eu acho mesmo é que essas pessoas têm o rabo preso e por isso não querem se comprometer ficando contrárias aos “donos do pedaço”.

A meu ver, as reuniões de condomínio são o espaço perfeito para estagiários de Psicologia e Sociologia aprenderem sobre relações sociais e patologias grupais. São verdadeiras aulas de (baixa) política. Nelas a gente aprende tudo o que não se deve fazer em matéria de trato social. Frequentemente fica a impressão de que os presentes parecem querer a derrota de seu vizinho. O vizinho nunca é visto como alguém que mora no mesmo lugar, que merece respeito e que também paga as contas do condomínio. Um exemplo disso é quando um morador defende um investimento no condomínio. Se o morador em tela for afeto da “panelinha”, a sua ideia será ouvida, considerada e até aplaudida. Agora, se o morador for um desafeto do grupo dominante, esse coitado estará fadado a falar para as paredes, ainda que a sua proposta traga beneficio para a coletividade.

Campo de batalha, a reunião de condomínio nem sempre tem como objetivo o bem-estar coletivo. As pessoas comparecem somente para brigar mesmo. Nada acrescentam de positivo. Escolhem um lado e seguem cegas de ódio contra o inimigo. Acontece que o suposto inimigo é outro morador.

Não gosto dessas reuniões, mas entendo que elas não devem ser campos de batalha. O embate deve ser ideias e não de rancores e animosidades. No frigir dos ovos, o que importa se os vizinhos gostam ou não gostam de mim? O que deveria importar é se as ideias trazidas para o debate são, ou não, válidas ou benéficas para a coletividade.

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