domingo, 17 de outubro de 2010

Portador de DST's tem oito vezes mais chance de contrair HIV, diz especialista
16/10/2010 16:25:00

Palestrando sobre DST's e Antiretrovirais para médicos e acadêmicos de medicina de Rondônia se reuiniram em mais um módulo do Curso de Educação Médica Continuada, do Conselho Regional de Medicina de Rondônia (Cremero), o infectologista amazonense Nelson Barbosa fez um alerta sobre os riscos das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST's) e recomendou o diagnóstico e o tratamento precoce como forma de evitar que as doenças atinjam uma parcela maior da população.

Segundo Barbosa, o portador de uma DST tem oito vezes mais chance de ser infectado pelo vírus HIV (AIDS). "A palestra foi pensada de forma que alerte para o risco eminente das DST's em relação a AIDS. Se o médico trabalha com o diagnóstico e com o tratamento precoce da DST, há uma grande chance de se evitar que as doenças atinjam um número maior da população, evitando ainda que o doente possa ser um veículo de infecção do HIV", explica.

Sobre a palestra, que foi direcionada principalmente a clínicos gerais, Barbosa diz que procurou trabalhar pouco as questões teóricas, mostrando mais casos práticos, "do dia-a-dia, do ambulatório, do pronto socorro e do consultório médico". A estratégia, segundo ele, é para que os participantes possam aplicar o raciocínio diagnóstico. "Muitas vezes, pelo raciocínio diagnóstico e pela história clínica do paciente, você consegue chegar mais perto do diagnóstico em vez de aplicar tratamentos que podem até mascarar o sintoma da doença, prejudicando mais ainda esse portador de DST".

Aos médicos, o infectologista chamou a atenção para a questão da infecção hospitalar. "No Amazonas tem três profissionais da saúde que se infectaram num acidente ocupacional com pacientes portadores do vírus HIV". Se ocorrer esse tipo de infecção, Barbosa aconselha que, no período de até uma hora, o médico deve procurar o serviço da coordenação estadual de DST e AIDS ou, no hospital onde ele trabalha a comissão de infecção hospitalar, para orientação sobre o que deve ser feito.

"Recomendamos as situações em que deve ser realizada a sorologia no paciente fonte, que ocasionou o acidente, porque, muitas vezes, esse paciente não tem como autorizar o teste. A medida é proibida, mas o MS (Ministério da Saúde) faculta ao médico realizar o teste nesses casos, porque é uma questão de saúde pública, ou seja, eu tenho que aplicar o antiretroviral no profissional de saúde em até uma hora após o acidente. E quando um parente do paciente chegar o médico deve explicar que foi uma situação de emergência, para que fique tudo esclarecido. Esses cuidados são pautados na ética médica".

Segundo Barbosa, a sorologia compulsória é uma questão polêmica, "não é permitida em lugar nenhum". "O MS só autoriza quando é caso de saúde pública e o paciente não pode responder (quando, por exemplo, está entubado, sedado ou no CTI. O acidente ocupacional é um desses casos de risco à saúde pública. Mas o paciente ou parente deve ser avisado sobre o procedimento logo que possível". De acordo com o infectologista, o Ministério da Saúde, várias vezes, entrou na Justiça para evitar que as Forças Armadas peçam a sorologia compulsória dos recrutas. "Então é proibida".

Nelson Barbosa atua em vários centros de saúde, inclusive na Fundação de Medicina Tropical de Manaus, e é professor preceptor no hospital 28 de Agosto.

Sobre a prevenção das DST's e da AIDS, Barbosa diz que só o uso correto da camisinha pode prevenir essas doenças.

Fonte : Revista Fator

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